segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Porque é que já foste assaltado quatrocentas e vinte e duas vezes?

Alguma vez te deste ao trabalho de pensar, porque é que já foste assaltado tantas vezes? Quantos dos teus amigos é que são assaltados duas vezes por semana? Achas normal as tuas tias comentarem que já só te falta ser assaltado por um polícia? Bem me parecia que a realidade por escrito se torna mais clara. Pois é, és um idiota chapado e, provavelmente, não há nada que se possa fazer em relação a isso. Mas não me dei ao trabalho de escrever um post só para constatar o óbvio. Na verdade, elaborei uma lista de considerações várias sobre a questão central, que espero (ou não) que te venham a ser úteis e te ajudem a pensar sobre o assunto. Passo agora a enumerá-las:


- Quando uma velha te pergunta as horas, isso não quer dizer necessariamente, que te quer roubar o relógio. Escusas, portanto, de o mandar para o chão e fugir, de cada vez que isso acontece;

- Porque é que desatas a correr de cada vez que vês um grupo de Krishnas, só porque eles usam roupa larga?;

- Frases como: “Eh pah, leva-me só a carteira e deixa-me ficar com o discman, que tá escondido no bolso de dentro do casaco” são evitáveis;

- Demonstrações de carinho para com o assaltante, tais como fazer-lhe festinhas, podem levar a outros tipos de assalto que não o convencional;

- Toques polifónicos com músicas de “Alex, o Fabuloso” tendem, repito, tendem, a afastar a maioria, repito, a maioria, dos assaltantes;

- Fazer de conta que foste possuído pelo espírito do Hélder, o Rei do Kuduro, poderá não ser a melhor estratégia para fazer um assaltante desistir;

- Risco ao meio, calças de vinco, blusões da Brigada de Trânsito e camisas à Elton John não te fazem passar despercebido na rua e, muito menos, fazem te ti um dread todo pausado;

Que parte do que eu acabei de escrever é que não percebeste?

A Verdade por trás do Dia de São Valentim

Agora que já se faz algum tempo após o famigerado dia de São Valentim, decidi reflectir sobre a sua verdadeira realidade.

Pois é meus amigos, uma pessoa sai à rua no dia 14 de Fevereiro apenas para descobrir que o mundo se tornou uma autêntica fábrica de marmelada (referência à Praxe de Biologia – ver nota de cabeçalho imaginária), mas até aí tudo bem. No entanto, após alguma feita investigação por mim e por certas entidades estatísticas que preferem manter o anonimato a estar associadas ao nosso nome, conseguimos desvendar toda a verdade – O dia de São Valentim não é nada mais, nada menos, que um golpe publicitário do grupo extremista comercial “Ké Frô?”.
Vejamos então se não é verdade... Por trás de uma enorme propaganda amorosa, utilizando o nome de um Santo (o qual, coitado, estava descansado até as pessoas se aperceberem que não sabiam quem ele na realidade era), vendem-se quantidades industriais de rosas e outros arranjos florais, de modo a escoar o excedente de rosas criado por esses produtores extremistas do grupo “Ké Frô?”.

O facto é que, vendo isto, todos os outros sectores comerciais tentaram aproveitar-se do dia para aumentarem as suas vendas, mas nada se compara com o “bloom” causado na indústria roseira deste grupo. Após alguma reflexão decidi começar a chamar-lhe:

O Dia Internacional do “Ké Frô?

Tenho dito

terça-feira, fevereiro 22, 2005

História de um Incorrigível

A história que vou partilhar com vocês teve lugar num dos mais antigos e prestigiados Liceus de Lisboa. A escola tinha uma professora de Fisico-Química já bastante velha (para não dizer decrépita), que queria despachar para dar lugar a outra mais nova e com melhor feitio. Apesar dos esforços não conseguiu, pelo que se decidiu por enviar a senhora para um curso de actualização pedagógica, durante os meses de verão. No dito curso a professora foi actualizada compulsivamente em relação a todos os estatutos especiais, possíveis e imaginários, como por exemplo, o de aluno disléxico, o de aluno com dificuldades de aprendizagem, o de atleta de alta competição etc. Aprendeu também que berrar como uma ave canora nem sempre é a melhor maneira de controlar uma turma e que tratar os alunos como uns débeis mentais também não é a melhor estratégia para os ensinar. O ano começou e a professora apresentou-se aos seus novos alunos com novos métodos e novos modos, ponderada, sensata, educada, tolerante e respeitadora, na esperança de fazer a direcção mudar de ideias. Logo no primeiro dia teve a oportunidade de aplicar os seus novos conhecimentos, um aluno da sua turma disse-lhe que tinha dificuldades de aprendizagem e apresentou-lhe um relatório comprovativo. Diligentemente, a professora apressou-se a marcar-lhe uma hora de dúvidas e a prometer-lhe todo o apoio de que precisasse para a disciplina. O que ela não sabia era que única dificuldade que este aluno tinha era a de não arranjar confusão com professores. A notícia de que a professora tinha ido para um curso de actualização tinha corrido pela escola e ele tinha decidido aproveitar o pretexto. Ao longo da primeira metade do primeiro período, o “Pedro” agiu de acordo com o seu “estatuto”, compareceu a todas as aulas de dúvidas e esforçou-se por não perceber 2/3 da matéria. Durante as aulas mostrava-se inseguro e colocava as dúvidas mais estapafúrdidas de que se lembrava. A professora, embora com dificuldade, esforçava-se por manter a sua nova postura. A situação foi-se arrastando até ao primeiro teste, altura em que o “Pedro” resolveu fazer o que realmente sabia. Escusado será dizer que a professora, quando corrigiu o teste do “Pedro”, quase teve um ataque. Viu-o e reviu-o dezenas de vezes...e para seu espanto o aluno que tão grandes dificuldades manifestava nas aulas tinha tido 19,2. Colocou várias cenários, de entre os quais o recurso a cábulas, ter-lhe roubado o teste ou ter copiado por alguém. Atormentada com este dilema, resolveu falar com a directora de turma para deslindar este mistério. Não a consegiu encontrar, pelo que teve de adiar a conversa para a reunião intercalar. Deixou passar o resto da semana e na reunião confrontou a directora de turma com a situação. Esta ficou perplexa ao ouvir falar de um aluno com dificuldades de aprendizagem. Perguntou-lhe o nome desse aluno e recebeu a resposta com incredulidade. O mesmo aconteceu com os restantes presentes. O “Pedro” era um dos melhores alunos da turma e ninguém percebia como é que ele poderia ter o estatuto de aluno com dificuldades de aprendizagem. Se acham que sabem como esta história termina, estão enganados. A professora teve um ataque em plena reunião e atirou tudo o que tinha à mão ao ar, pastas, canetas, papéis, agrafadores, furadores, tubos de cola, tesouras e chaves. A sua fúria prolongou-se até ao corredor, onde destruiu um aquecedor e atirou um tapete pela janela. O “Pedro”, recebeu três dias de suspensão e foi obrigado a redigir um pedido de desculpa que nunca ninguém chegou a ler. A professora acabou por concluir que estava na altura de ser reformar e despediu-se a meio do ano. A sua primeira substituta deu aulas durante uma semana e teve de ser substituída por outra, uma vez que foi atropelada por uma Ford Transit.

domingo, fevereiro 13, 2005

Blogoneogénese

O que começou por ser uma revista pirata distribuída não se sabe muito bem por quem, pela Faculdade de Ciências, transformou-se agora num blog. Perguntas tu: “Porque é que se transformou num blog e não num Espectáculo de Dança Contemporânea Polaca?”. Por várias razões, de entre as quais o elevado preço das camisolas sem mangas e o facto de nós prezarmos a nossa masculinidade. A edição em papel da revista tornou-se muito complicada de fazer do ponto de vista logístico, e como a nossa vida não é isto, decidimos optar por um formato mais simples.

Em relação a Objectivos/Conteúdos não existem grandes diferenças entre revista e o blog. Continuaremos a centrar a nossa atenção em assuntos polémicos, que de alguma forma atravessem o nosso quotidiano, sob um ponto de vista cáustico e corrosivo. Ainda assim, tentaremos manter um discurso elevado, correcto e não ofensivo, tanto para o leitor, como para as partes visadas no texto. Esta norma só não será respeitada no caso de algum dos membros sofrer um ataque de Síndroma de Gilles de La Tourette.

Naturalmente, continuaremos iguais a nós próprios, ou seja, insuportavelmente pedantes e absolutamente indiferentes relativamente ao que vocês possam achar do que nós escrevemos. Poderão enviar as vossas opiniões para o nosso mail orfofeu@hotmail.com, mas isso não quer dizer, no entanto, que elas nos interessem.

Uma vez que o blog é mantido por 4/5 pessoas, poderemos colocar posts com alguma regularidade. Procuraremos publicar textos mais ou menos longos, semelhantes aos que publicávamos na revista, sobre ciência, informática, cultura e política, alternadamente com textos mais curtos, relacionados com coisas que nos aconteçam e que achemos dignas de figurar neste blog.